sábado, 13 de junho de 2020

Casamentos de Santo António: como tudo começou, os motivos e os prémios

Existem desde 1958 mas foram interrompidos durante 30 anos. São um dos pontos altos das Festas de Lisboa e têm uma história incrível.


Segundo a Hemeroteca, a ideia para os casamentos nasceu de uma proposta apresentada pelo vereador Augusto Pinto, em reunião de câmara. O jornal “Diário Popular” decidiu imediatamente apadrinhar a iniciativa, e em 15 de abril de 1958, já anunciava pela primeira vez o evento, prometendo ajudar a realizar “essa tão bela ideia de promover o casamento de jovens dos bairros populares na manhã de Santo António”, escrevia-se então. 
Conforme explica o arquivo da autarquia, tanto nesse ano de 1958 como nos seguintes, este jornal foi fundamental para viabilizar os casamentos, “mobilizando a sociedade civil, criando uma onda de simpatia, captando e noticiando apoios de particulares, estabelecimentos e marcas comerciais”.
Tudo ou quase tudo foi responsabilidade e ajuda do “Diário Popular” e da sociedade por ele movimentada: desde a angariação de padrinhos, a automóveis para transporte dos noivos, aos vestidos e ramos das noivas, penteados, os fatos e os sapatos dos noivos, as alianças, os produtos para a boda, a lua de mel, e até os prémios: cursos de formação, mobílias, eletrodomésticos, bens de primeira necessidade. Em algumas edições, e mediante sorteio, chegaram a ser entregues apartamentos. 
Depois de meses com notícias e angariações, “o sonho de raparigas pobres, honestas, boas filhas e boas irmãs”, foi ganhando força e no dia 12 de junho de 1958, escrevia-se no jornal que iam mesmo acontecer e estava tudo a postos para os primeiros Casamentos de Santo António, “devido à generosa ternura dos nossos leitores”.

Uma das reportagens do jornal, em 1958 (foto do arquivo da Hemeroteca Municipal).

Nesse ano, os casamentos aconteceram no dia 13 de junho, com 36 casais a dizerem o sim. Na véspera, o jornal escrevia que as 36 noivas, as tais “raparigas pobres”, era por diversas vezes referido, iriam conseguir realizar o que tanto desejavam: “elas sabiam e sentiam que os seus prometidos eram bons rapazes e desejavam do fundo do coração o enlace breve. Mas as dificuldades materiais eram tantas para remover que muitas se sentiam já sem esperança, exaustas algumas, na luta pelo que, em muitos momentos, consideravam já impossível”.
As ajudas e prémios eram já consideráveis. A Santa Casa deu dinheiro (12 mil escudos, que era então uma grande soma), a Câmara de Lisboa ofereceu o copo de água aos jovens e suas famílias, nos Paços do Concelho, e o próprio “Diário Popular” pagou os documentos e burocracias e deu a cada casal 500 escudos para as primeiras despesas.
Os vestidos foram oferecidos por marcas comerciais, bem como chapéus, sapatos, transportes e até “vestidinhos para os primeiros filhos” dos casais. As dádivas em trabalho, em serviços ou dinheiro vinham afluindo desde que o anúncio fora feito a 13 de abril e tudo foi entregue aos noivos, numa festa que fez honras de duas extensas páginas, na edição vespertina do próprio dia 13, com todo o relato no histórico jornal.
Já no dia 14, eram noticiados alguns prémios e agradecimentos de última hora: duas diárias em datas à escolha para os noivos, pela Pensão Nova Sintra, fatos e gravatas, caixas de espumante.
Hoje em dia, não é assim tão diferente. Os mais de 30 patrocinadores da cerimónia oferecem os vestidos de noiva, os fatos para os noivos, os sapatos, os penteados, o copo de água, além cerca de mil euros, para gastar em electrodomésticos e tecnologia, a lua de mel, a noite de núpcias e as alianças, entre outras ofertas. Agora há um site, onde tudo é explicado, da candidatura aos requisitos, e onde são apresentados os noivos.
Além da ajuda financeira, um dos motivos que leva os cidadãos a continuarem a participar nos casamentos de Santo António é a tradição e o mediatismo, mas o facto de tudo ser incluído, da maquilhagem ao cabeleireiro, ajuda muitas famílias.
Os casamentos de Santo António realizam-se há 60 anos mas foram interrompidos em 1974, após 16 edições patrocinadas pelo “Diário Popular”, e recuperados trinta anos depois pela Câmara de Lisboa, em 2004.

Imagem da capa: ZankYou.pt
Fonte: NiT

https://bit.ly/3fil5AT




terça-feira, 9 de junho de 2020

Somos vencedores do Wedding Awards 2020 do Casamentos.pt

Este ano a 'tudo o que quiseres ®' volta a ser reconhecido pelo Casamentos.pt.


«Senhora da Hora, 09 de Junho de 2020. - tudo o que quiseres ® de Matosinhos foi galardoado com o Wedding Awards 2020 dentro da categoria de Convites. Um grande reconhecimento para este profissional do setor de casamentos, que é descrito como um dos melhores fornecedores do setor em questão. »

Este ano tinha tudo para ser bom! O 10º aniversário, uma agenda cheia, noivos maravilhosos (como todos os meus noivos!) e em Março tudo mudou.
A 'tudo o que quiseres ®' fechou a porta mas não baixou os braços!

E eis que, numa altura em que a confiança retorna, aos poucos, no sector, surge este reconhecimento, que reflecte a confiança depositada em mim e na 'tudo o que quiseres ®' para tornar um dia especial num dia ainda mais especial. A confiança dada é um bem valioso que eu prezo. 

Num ano tão atípico, em tempos tão conturbados e tão incertos, hoje fiquei realmente feliz. Hoje lembrei-me, novamente, porque comecei. 

Agora venham os próximos trabalhos, os próximos anos e, se possível, com a mesma confiança depositada pelos noivos como até hoje.

Estou de coração cheio! OBRIGADA A VÓS!

https://bit.ly/2YkQLyH

quarta-feira, 3 de junho de 2020

De Espanha, nem bom vento, nem bom Casamento...

100 anos passados da epidemia da "febre espanhola", como foi designada, fui tentar perceber como os casamentos teriam sido afectados na altura.


Claro que não há informação disponível, "a olho nu" e que esta teria de ser uma investigação digna de uma tese, coisa que, para já, não tenho tempo para fazer...

Contudo, encontrei algo que desconhecia (e que me fez pensar...) num artigo publicado pelo Diário de Notícias em 17 de Março de 2018 (justamente nos 100 anos da 'epidemia que veio de Espanha').

Lê-se, a certa altura 

        "De Espanha nem bom vento nem bom casamento", que nada tem que ver com a doença - refere-se ao vento Suão e aos maus casamentos reais ibéricos - mas que ficou ligado à pneumónica no século passado.

Portanto, as associações que fazemos aos ditados populares, muitas vezes têm origens que desconhecemos. E eu não acredito que de Espanha não possa vir um bom Casamento...

100 anos depois vemos-nos "às voltas" com casamentos de máscaras e receios, devido a uma nova pandemia. Resta-nos acreditar que virão "bons ventos" e que em breve os Casamentos sejam a festa a que estamos habituados e que os noivos merecem!

Até lá... pensamento positivo!

https://bit.ly/2Mqi310